A Bomba está (mesmo) cavitando?

É comum ouvirmos referências a problemas relacionados à linha de sucção de uma bomba centrífuga, atribuindo-se a causa desses problemas à “famosa” cavitação.

Efetivamente, em certos casos, até mesmo uma bomba operando afogada, com as perdas de carga na sucção, a temperatura do líquido, seu peso específico e sua pressão de vapor devidamente considerados, pode apresentar anomalias de funcionamento que se assemelham aos efeitos da cavitação, em discordância com os cálculos.

A origem dessa distorção frequentemente encontra-se na tendência, muito comum, de adotar tubulação de sucção da mesma bitola do bocal de sucção da bomba. Em alguns casos, até de bitola inferior.

Nessas situações, especialmente quando a linha de sucção é curta, a perda de carga calculada resulta pequena, e considera-se afastada a possibilidade de cavitação. Entretanto, se a velocidade do líquido na linha de sucção superar os 2 m/s (parâmetro orientativo para água fria), pode ocorrer o fenômeno hidráulico chamado “quebra de coluna líquida”, ou seja, o fluxo no tubo passa a ser intermitente, pois a bomba aspira mais rapidamente do que o líquido consegue deslocar-se. Em consequência, o funcionamento da bomba torna-se irregular, e com vibração, às vezes severa.

A cavitação “verdadeira” ocorre quando o líquido, por efeito combinado de temperatura e perdas de carga na sucção, chega ao rotor da bomba vaporizando-se, com grande formação de micro-bolhas. É a posterior “implosão” dessas bolhas, com o aumento de pressão ao longo das paletas do rotor, que causa os conhecidos efeitos de ruído, vibração e erosão.

Em conclusão, além dos cálculos costumeiros de tubulação e posicionamento da bomba, visando evitar cavitação, é importante levar em conta o fator velocidade na linha de sucção, evitando também as quebras de coluna líquida.

Eng.Mauro Baldini





Voltar